
A noite sombria embala os sonhos de todos os presentes na casa, talvez tenha sido a noite mais sombria e solitária de an0s, talvez as lembranças perturbassem mais Andariel que qualquer outro ali presente, lembranças conturbadas de uma noite sem fim. Apesar de Lilith ter dormido na mesma cama que Andariel após ter chorado por horas, ela também não fica livre dos pesadelos sobre seu passado, sua mente nem em sonhos se livra do ódio e do medo deixados por Lith.
Em um dos cômodos da casa Teriel se revira em cima de uma cadeira de computador enquanto lê vários arquivos, talvez a angustia dele não seja por causa da noite sombria e silenciosa e sim pelo o que esta por vir, com o passar das horas a noite parece ainda mais escura e silenciosa, após ler centenas de coisas Teriel deita-se sobre a cama bagunçada e enquanto pega uma foto no criado mudo, na foto esta uma criança muito parecida com Teriel, aquela foto antiga e de um aniversário a muito ocorrido faz Teriel se desmanchar em lágrimas e se recolher na cama em prantos desesperados.
Nessa mesma madrugada aparentemente perdida nas sombras, Micael repousa sobre a cama olhando para o teto, sua face não mas risonha agora encontra-se séria e compenetrada, apesar do olhar concentrado para o teto velho não era ali que sua mente estava, suas lembranças ecoavam como gritos de uma criança desesperada por aquele quarto vazio, talvez ninguém soubesse mais talvez Micael fosse o mais interessado em ir tentar salvar todos, e se não tivesse apoio o faria do mesmo jeito.
Ninguém naquela casa estava pronta para o que estava por vir, mas todos ali presentes iriam dar tudo de si no dia seguinte, a única coisa que poderia ocorrer de errado seria a fuga de Andariel e Lilith, talvez tudo o que Micael havia planejado desse errado, talvez desse certo mas nenhum deles esperava sair vivo do lugar essa era a verdade presente naquela noite ansiosa. Não esperavam o amanha deste amanhecer.
Já com o sol tocando os cômodos negros da casa alguns já encontravam-se de pé. Teriel fazia um café da manha para os hospedes, Micael se aprontava vestindo suas várias peças de roupas, o sol não era muito amigo do mesmo que fazia questão de se vestir bastante afim de não se encontrar com os raios solares, Andariel já pela manha tomava um banho bem quente, de baixo daquele chuveiro o mesmo percebera que tudo o que tinha vivido até ali era insignificante perto do que viria.
Com o passar das horas aquela bela manha se transformava em uma tarde calorosa e hostil, todos estavam angustiados com aquele dia infernal que seguia lento e vago, não era só o fato de não haver nada o que se fazer na casa, nem o nervosismo e ansiedade ali presentes e sim que ninguém falara nada sobre nada, o pior daquela casa era a falta de comunicação, os olhares de desconfiança ou de confiança demasiados gerava uma atmosfera terrível e tudo era muito pior quanto mais o sol subia em ascensão nos céus.
Segundo que pareciam horas, minutos que pareciam anos e horas que eram como décadas, e assim o tempo se rastejava entre os mesmos. A noite caiu novamente como um milagre amaldiçoado, finalmente o dia havia terminado um alivio para os ali presentes mais a nova angustia da noite voltou e dessa vez ainda mais forte.
A tão esperada hora havia chegado, com todos já prontos desde a hora que acordaram a saída foi silenciosa de calma, todos saíram de casa e entraram no carro rapidamente. Teriel o único de maior idade ali dirigiu o carro por muito tempo até saírem da cidade, e mais tempo ainda até chegarem em uma grande central de energia elétrica em meio ao campo, ao lado várias plantações de soja e milho, aquele enorme centro de distribuição de energia assombrava até mesmo quem já estava acostumado com tal visão, embora tal noite fosse tão escura era tudo muito visível já que na central de energia haviam vários holofotes muito luminosos.
Ao descerem do carro em meio a plantação ao lado Micael diz:
- Tentaremos entrar até o nível máximo sem fazer barulho, más se algum alarme tocar estão autorizados a usar força máxima sem restrições, cada um entra comigo pela grade depois disso cada um vai separadamente a uma entrada, é só isso e boa sorte!
Todos se dirigem a primeira grade que cerca toda a instalação, na mesma há vários avisos de alta voltagem. Teriel concentra-se, pega uma pequena seringa no bolso e a injeta no braço, em menos de segundos sua pele começa a se escurecer, tornando-se um negro avermelhado, seu cabelo arrepia-se tornando-se mais vermelhos como fogo, seus olhos escurecem, todo seu rosto muda drasticamente, seu nariz começa a afundar e aparenta um esqueleto enquanto seus lábios se fundem aos dentes em uma forma grotesca de união.
Após toda a transformação Teriel segura com as duas mãos a cerca eletrocutada e aos poucos a rasga ao meio como se fosse fios finos de tecido, bárias descargas elétricas são direcionadas ao seu corpo. Terminando o rasgo na tela ele passa pela fissura e com uma voz muito roca diz:
- Podem passar.
Os outros começam a passar com cuidado para que não encostem nas grades ainda repletas de eletricidade. Após atravessarem a grade cada um vai em uma direção oposta ao outro.
Teriel avista uma porta, e apenas forçando com o dedo no cadeado o rompe facilmente, logo abre a enorme porta e depara-se com uma grotesca escada que se estende tanto que só é visível uma pequena luz ao fim da mesma, ele começa a descer pulando vários degraus rapidamente.
Micael anda até uma casa de máquinas fechada, ao chegar de frente para a mesma olha ao redor e em seguida estica os braços para frente, suas luvas começam a se rasgar e cinco garras enormes começam a sair de seus dedos, suas mãos se modificam até virarem uma pata bastante peluda e marrom, ele inspira bastante ar, seu nariz começa a se modificar virando uma espécie de focinho enorme, seus olhos se fecham por completo e selam-se não existindo mais, seu focinho começa a modificar-se novamente, sua ponta se ramifica em quase 20 pontas estranhas e avermelhadas, cada ponta emite um som baixo e ar sendo sugado, após alguns segundos dele inspirando ar por cada uma das ramificações de seu focinho ele para recolhe as ramificações que juntas aparentam um só focinho, seu rosto volta ao normal é então que ele diz:
- Você esta aqui!
Rapidamente começa a cavar no local onde havia parado, em poucos minutos ele abre um túnel de metros a baixo.
Andariel e Lilith correm a uma entrada, nessa há a presença de dois guardas, os mesmos andam envolta da porta de uma casa de máquinas, Andariel fica algum tempo pensativo e diz:
- Ta, Lilith você fica aqui e eu pego um dos guardas, depois pego o outro tudo bem?
A garota simplesmente balança a cabeça e fica quieta no canto
Aos poucos Andariel começa a se transformar em “chimera”, a dor da transformação faz lágrimas de sangue descerem de seus olhos, seus ossos em modificação começam a fazer um barulho tremendo, cada centímetro de seu corpo continha uma dor sem fim, apesar de tudo isso ele não gritara, ficou calado durante toda a dor que ele mesmo fazia em si, após tudo ele encontra-se totalmente deformado, sua forma “chimera” mais uma vez aparentava estar diferente, haviam mais pelugem branca em seu corpo, suas presas eram maiores que antes e seus músculos agora mais rígidos e presentes, a fera enorme olha para uma torre de energia e com apenas um pulo alcança quase o topo da mesma, de lá ele avista os dois guardas que andam envolta da cabana, em pouco tempo ele percebe que quando um dos guardas chega ao lado da cabana ele fica fora do ponto de visão do outro guarda, quando o guarda chega nesse ponto cego. Andariel salta de cima de torre em direção ao guarda e cai com muita velocidade em cima do mesmo, o guarda desmaia instantaneamente, com o som da queda o outro guarda corre para ver o que aconteceu, ao chegar no local percebe que o guarda está desmaiado, quando o mesmo ia pedir reforços por um rádio preso a sua roupa é surpriendido pela besta que o ataca, ferindo seus braços, os mesmos começam a sangrar bastante, Andariel arranca o rádio da roupa do guarda e coloca o mesmo dentro da boca do guarda dos braços feridos.
Após tudo isso Andariel volta a forma humana, corre até Lilith e pegando-a pelo braço corre em direção a cabana. Chegando na mesma a porta encontra-se aberta, os dois entram, dentro há uma série de controles mais nenhum operador, olhando melhor há uma escada que desce a uma espécie de subterrâneo, os dois começam a descer lentamente pela escuridão das escadas.